A Grande Aposta: um filme para entender a crise de 2008 e a bolha imobiliária americana

Em 2008, a bolha imobiliária dos Estados Unidos estourou e quase destruiu o sistema bancário da maior potência mundial. Devido ao peso que os EUA exercem na economia global, a crise ultrapassou continentes e levou outros tantos países ao colapso. Muitos, naquele ano, se questionaram: como ninguém conseguiu prever? O problema é que, de fato, uma minoria previu – e se aproveitou do desastre inevitável para lucrar. O filme A Grande Aposta (The Big Short), vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado de 2016, conta exatamente a história deste pequeno grupo de pessoas que entenderam melhor o que estava por vir antes de todo mundo.

Baseado no livro do Michael Lewis, o filme conseguiu transformou um tema complexo em algo divertido e fácil de compreender. O diretor Adam McKay explora inúmeras linguagens do cinema de forma ousada, com câmera tremida, luz natural e celebridades explicando jargões de Wall Street o tempo todo. Em certos trechos até parece que estamos assistindo um documentário. O ritmo dinâmico consegue manter o espectador interessado do começo ao fim.

Em “A grande aposta”, todos os personagens são protagonistas. Steve Carell, Ryan Gosling, Christian Bale e Brad Pitt interpretam homens excêntricos que surgem de um ambiente caótico e cheio de dinheiro em jogo. Gosling se destaca pelo papel irônico; Pitt por ser o desonesto que virou “do bem”; Carell por ser o mais dramático; e Bale o mais desequilibrado de todos, um homem que tem um olho de vidro e escuta heavy metal para manter seu cérebro funcionando.

Mesmo com leveza, o filme faz questão de nos lembrar que quem mais sofreu os impactos da crise não foram propriamente os bancos. A conta, claro, ficou nas mãos da população, que foi primeiramente incentivada a comprar casas a crédito e de repente se viu com dívidas hipotecárias absurdas e diante de uma onda avassaladora de desemprego.

Confira o trailer: